Quando vi aquelas arvorezinhas carregadas de frutas enormes, redondas, meio vermelhas, meio rosadas... algumas já bicadas de pássaros, deixando a mostra suas sementes de um róseo psicodélico... Fiquei tão feliz! Mergulhei em uma infância distante, onde as romãs só existiam nos livros, na bíblia especialmente. A romã curava qualquer doença na boca ou na garganta, qualquer ferida na pele... Uma fruta mágica! Vinda de terras longíquas.
E ali, aquele tanto de romanzeiras no terreiro, fazendo a festa das formigas, dos passarinhos e a nossa.
E haja chupar sementes de romã, beber suco, fazer geléia, fazer chás, até drinks! Caipiroska de romã... Uma novidade sensacional, pra mim.
Adorei esse encontro recente com essas romãs gigantes. estou cada dia mais fascinada com esses encontros, essas descobertas... É fruta gogóia, figo da Índia, biribá, atimóia, physalis, araticum... Frutas que eu nem me lembrava mais, outras que eu nem sabia que existiam. Desejo muito ver milhares de pomares por aí afora. Me emociono quando vejo o quanto cresceram as fruteira de Poço de Pedra, lá no nosso Cariri. Me emociono quando passeio pelo quintal de minha casa e vejo cada semente que brota, cada árvore que frutifica, cada flor que nasce...
E aquela fruteira na cozinha de Ângela... Pareciam as romãs mágicas dos meus sonhos de criança.
